domingo, 22 de maio de 2011

Epilepsia

Epilepsia é a patologia que engloba os indivíduos que apresentam crises epilépticas recorrentes, que incluem desde convulsões a episódios breves de alterações de consciência. Aproximadamente 1% da população é portadora de alguma síndrome epiléptica.
São muitos os tipo de crises epilépticas, alguns de difícil reconhecimento pelos familiares. O diagnóstico algumas vezes é complexo, com difícil diferenciação com patologias cardíacas ou psiquiátricas.
O diagnóstico do tipo e origem da epilepsia é essencial, pois define o tratamento. A escolha da melhor medicação depende do diagnóstico preciso. Muitas vezes, se uma epilepsia generalizada for tratada como epilepsia focal, a resposta ao tratamento pode não ser efetiva e até pode ocorrer piora em alguns casos.
A investigação da epilepsia deve acontecer através de avaliação clínica neurológica, com descrição precisa das possíveis crises epilépticas pelo paciente e familiares, e exames específicos, como eletroencefalograma e exames de imagem.
O eletroencefalograma auxilia no diagnóstico de epilepsia e define o tipo de epilepsia, inclusive sendo essencial no diagnóstico de algumas síndromes epilépticas, o que pode definir o prognóstico de um paciente.
Atualmente existem diversas medicações efetivas no tratamento da epilepsia. Além da escolha da medicação baseada no diagnóstico é muito importante a prescrição a partir de possíveis efeitos adversos a curto e longo prazo. A efetividade da medicação depende muito do seu uso regular e, se ocorrer alguma crise epiléptica em um momento de uso irregular da medicação, o paciente nunca deve omitir essa informação para seu médico. Alguns tratamentos alternativos podem ser indicados para alguns casos, mediante o diagnóstico e evolução.
A maioria dos pacientes apresenta controle adequado das crises. O tratamento depende de um seguimento regular com o neurologista, para adequação da dose da medicação a partir do controle das crises e efeitos adversos.

AVC - Geral

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), por alguns conhecidos como Acidente Vascular Encefálico ou “Derrame”, engloba a sintomatologia decorrente de patologias vasculares cerebrais, por obstruções ao fluxo sanguíneo, arterial ou venoso, ou por sangramentos intracranianos, por aneurismas, mal formações vasculares, ou outras causas mais específicas.

É uma patologia extremamente freqüente, com estimativas de que cerca de 1 em cada 6 pessoas sofrerá pelo menos 1 AVC ao longo da vida.

O sintomas mais freqüentes são a perda de força e/ou sensibilidade repentinas, mas também podem ocorrer alterações na fala, equilíbrio, coordenação, face e visão, também usualmente súbitos.

Atualmente é uma patologia com tratamento específico. O diagnóstico precoce, hoje, é essencial para o correto manejo.

Já é possível “dissolver” alguns trombos (coágulos) responsáveis pela obstrução de artérias através de medicação específica nas primeiras horas após o início do sintoma, o que vem revolucionando o tratamento desta patologia. É um procedimento realizado por neurologistas, em centros especializados, com bons resultados na evolução dos pacientes.

Mesmo para as hemorragias (sangramentos) cerebrais há medidas efetivas para evitar complicações e a avaliação especializada muitas vezes se torna o diferencial na evolução do paciente.

Além disso, é ESSENCIAL a investigação adequada da causa do AVC, o que permite, com o diagnóstico específico, realizar as medidas adequadas para a prevenção de outros AVCs, que podem acontecer com elevada freqüência.

Além do tratamento e investigação, o Neurologista pode fornecer as principais informações para a reabilitação do paciente e os cuidados com os pacientes com seqüelas graves.

Cefaléia - Um Sintoma/ Várias Causas

A dor de cabeça, também conhecida como cefaléia, é um dos sintomas mais comum na população. Cerca de 90% das pessoas apresenta cefaléia em algum momento ao longo da vida. As causas desse sintoma, que tanto atrapalha algumas pessoas, se divide em 2 grupos, as primárias e secundárias.

As secundárias são aquelas que são associadas a patologias como tumores, infecções, hipertensão intracraniana, rompimento de aneurismas, dentre outras. Têm sintomas e características específicas, com o diagnóstico dependendo de uma avaliação clínica detalhada.

As cefaléias primárias são as mais comuns, não associadas à patologias estruturais do Sistema Nervoso. Exemplos são a cefaléia tensional e a enxaqueca, tão comuns na população em geral. A cefaléia tensional ocorre geralmente em associação a estresse físico ou emocional, com uma dor em aperto, geralmente na região frontal ou na nuca. Muitos relatam essa dor no final da tarde, após um dia de trabalho mais cansativo.
A enxaqueca geralmente se apresenta como uma dor pulsátil, por vezes apenas de um lado, com piora com o barulho e a exposição à luz. Pode haver também náuseas e vômitos associados à dor. Alguns apresentam alguns outros sintomas antes do início da dor, conhecidos como aura, que até podem se confundir com outras patologias.

Cefaléias primárias, mesmo não sendo potencialmente tão graves, podem se tornar crônicas se não tratadas adequadamente. O abuso de analgésicos pode acentuar esse processo de cronificação.

Por tudo isso, é muito importante a avaliação pelo neurologista para o diagnóstico do tipo de cefaléia e para o tratamento adequado.

O Neurologista

O Neurologista (por alguns também chamado de Neuroclínico) é um médico com formação para a atuação especializada nas doenças associadas ao Sistema Nervoso Central e Periférico. A residência médica em Neurologia Clínica ,hoje, consiste em treinamento em Clínica Médica e Neurologia, com duração total de 3 anos, podendo se prolongar para profissionais que optam por subespecialização ou pós-graduação.

Alguns Neurologistas através de treinamentos específicos atuam ainda em Neurofisiologia Clínica, que engloba os exames neurofisiológicos, como Eletroencefalograma, Eletroneuromiografia, Polissonografia e Potenciais Evocados, exames complexos, com necessidade de treinamento específico para a adequada realização. Isso acaba por tornar a formação do Neurologista Clínico extremamente complexa e prolongada.

Esta é uma das áreas com maior avanço do conhecimento médico. A década do cérebro, nos anos 90, revolucionou o conhecimento, que segue em intensa transformação com novos métodos diagnósticos e terapêuticos.

Segue aqui alguns exemplos de patologias da área de atuação do Neurologista:
Acidentes Vasculares Cerebrais.
Transtornos de Memória e Neurocomportamentais, como Alzheimer, outras Síndromes Demenciais e Transtornos Cognitivos secundários.
Transtornos de Movimento, como Doença de Parkinson, Tremores, Distonias.
Epilepsias
Cefaléias
Distúrbios de equilíbrio e marcha
Patologias Neurogenéticas
Neuropatias Periféricas, como Polineuropatias, Mononeuropatias Múltiplas...
Patologias da Junção Neuromuscular, como Miastenia Gravis.
Miopatias
Doenças Neuroimunológicas, com Esclerose Múltipla e outras doenças desmielinizantes.
Neuroinfecções

Algumas destas patologias apresentam diagnósticos difíceis, que dependem de avaliação minuciosa e extremamente especializada, o que valoriza muito o Neurologista Clínico que se subespecializa e busca a atualização em sua rotina.